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Lua Vermelha - o manto regenerador de Vênus

Preferi começar pela chamada "Lua Vermelha". Porém, antes de falar da mulher e da relação com essa menstruação (que desce no período da Lua Cheia, e pode ocorrer durante os primeiros dias da Lua Minguante), preciso falar da alquimia das cores.

O que há de semelhante entre branco e preto?, pergunto. Já parou para pensar como um pintor, por exemplo, obtém essas cores antes de iniciar sua obra?

Pois que, ambas as cores representam aquilo que nossos olhos (nossa capacidade de enxergar) não conseguem captar. Tanto o negro como o branco são vibrações a um grau que está além de nossa compreensão humana. Na ausência de luz, o negro - porém você sabe que este negro não é absoluto como o negro do lápis de cor. Portanto, o negro é um conceito, um nome criado culturalmente para referenciar a absoluta ausência de luz.

Sabemos que a luz significa possibilidade de enxergar e captar nosso redor. Para vermos e entendermos nosso redor, dependemos de luz. A absoluta presença de luz, por outro lado, é como uma claridão tão extrema que sequer conseguimos enxergar. Portanto, assim como o negro, o branco é um conceito, e não uma cor que de fato existe. Essa cor é produzida pelo homem, pois na realidade, não conseguimos enxergar quando em presença total de luz. Para vermos o branco, é preciso um contraste com a sombra.

Basta procurar a lua em período de lua negra: ela está no céu, mas por conta da ausência de luz refletida em sua superfície, não a vemos. Quando está cheia e prateada, não é a cor branca que vemos, mas sim o reflexo de luz.

O negro é, na alquimia, o processo de nigredo, que surge da queima de compostos como o carbono. O branco é a cor de albedo, resultado de sucessivas purificações. Ambos são manifestações que nossos olhos não conseguem captar. Espiritualmente falando, o negro é a túnica usada para se caminhar nos reinos inferiores. O branco é a túnica usada nos reinos superiores. Mas isto é assunto para outro dia.

[reprodução da internet]

Rubedo, a túnica de vermelho


O vermelho é a cor de Marte, signo de Áries, deus Ares da guerra, da impetuosidade, da agressividade, a natureza poderosa que contém em si mesma a força para seguir, para realizar e produzir.

Menstruar nessa lua é um convite a entrar em contato com essa força, usando essa potência para dentro, para um caminho interior, e não para fora. Pois a energia que liberamos na Lua Cheia/Lua Minguante (Ciclo da Lua Vermelha) foi gerada e produzida durante a Lua Negra.

Vermelho, aqui, é da regeneração. E para tanto, se abrem guerras dentro de si mesma, por que não? O Ciclo da Lua Vermelha corresponde ao organismo feminino que ovula (período fértil) na lua negra e menstrua na lua cheia. Portanto, há uma forte questão de introspecção e autoconhecimento nesse ciclo.

A Lua Cheia de sangue traz essa questão da sexualidade que clama por atenção: rever suas sementes, seus projetos, suas exigências, suas expectativas. A Lua Minguante de sangue lhe pergunta: o que está minguando em sua personalidade, o que está absorvendo sua energia e lhe impedindo de seguir em frente com toda a potência com que podes?

O processo de rubedo é intenso, é fabuloso, é como um caldeirão de emoções, sentimentos, pensamentos, que libertam novos caminhos para dentro de si mesma. É uma lua que lhe convida a potencializar a espiritualidade, o autoconhecimento, o poder sobre si mesma. Você sabe quais pensamentos podem desencadear uma série de emoções ruins. O poder sobre si mesma significa inteligência para usar esses gatilhos a seu favor, e para o bem de si mesma.

Concluindo, a Lua Vermelha lhe concede a energia precisa para romper com velhas fórmulas, comportamentos, padrões que lhe impedem de seguir fluida, corajosa e confiante do seu caminho.

No próximo post veremos a alquimia da Lua Branca. Até lá!

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