A meditação pode se dar na contemplação, no estado de silêncio e de resguardo. Mas também pode se dar através do canto, da mantralização. Os antigos mantras trazem a sabedoria e a celebração de antigas culturas, que invocam forças poderosas e nos ajudam a canalizar energias para o bem.
Dando continuidade ao assunto dos Chakras e Meditação, inicio esta sequência de posts sobre o universo simbólico das divindades hindus, passando pelos antigos cantos, os mantras, que te ajudarão a se contatar com esses deuses e seus profundos ensinamentos.
Neste primeiro post, falaremos sobre Shiva, um dos deuses supremos do hinduísmo. Na trindade formada com os deuses Brahma e Vishnu, a trindade Trimûrti, Shiva é o "benéfico", aquele que "faz o bem".
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Shiva
Este deus é o pai da Yoga, seu poder "reside" no chakra Sahasrara, que falei no último post. A Yoga é o elevar da serpente Kundalini, força adormecida na base de nossa coluna, que sobe nossa coluna, atravessando nossos chakras e ao final, no alto da cabeça, encontra seu par perfeito, a ascensão, na morada de Shiva.
Shiva representa a firmeza de caráter, poderosa divindade do panteão hindu. Encarna o yogue que se torna mais forte, sábio e resistente a cada obstáculo da vida. Sua figura inspiradora é repleta de simbolismos:
Lord Shiva reprodução da internet |
Shiva é representado, com frequência, na posição de lótus, remetendo à disciplina e à meditação que a prática da Yoga requer. Seus dedos se encontram na base da coluna, e a serpente, que remete à Kundalini, geralmente está enrolada em seu pescoço, denotando o controle de si, o yogue conectado com a própria essência e que é dono de seus ímpetos; e também a vitória de Shiva sobre a morte.
Sentado sobre um tigre, Lord Shiva remete à força da mente, ao processo intelectual, a consciência divina que está dentro de nós mesmos, e que é fonte de poder para domarmos nossos ímpetos mais selvagens e sexuais. O tigre também pode aparecer como traje de Shiva, amarrado ao redor de sua cintura.
Shiva nos ensina sobre caráter, sobre manter-se firme frente às adversidades, frente às armadilhas, ou às forças que queiram nos derrubar. Nos fala sobre aliar-nos aos nossos inimigos e a aprender a conviver com nossos demônios interiores, através da prática da Yoga: disciplina, respiração, conexão com a Consciência Superior.
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Retirar da vida e das dificuldades muitos conhecimentos e lições, aprendendo a aperfeiçoar a si mesmo, ao invés de desanimar ou de se desesperar frente às circunstâncias desfavoráveis.
A lua crescente é outro elemento presente na figura deste deus, remetendo ao seu poder criador, à regeneração, à reconstrução que sucede à destruição. O tridente (trishula) é a arma sagrada com a qual ele destrói o mal e a ignorância. E o tambor (damaru), que remete a Shiva Nataraja - forma dançante desse deus -, representa a dança e o som sagrado do nascimento do universo (o mantra OM).
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